Não é de hoje que o Mercado Financeiro Internacional vem rendendo-se à figura da mulher latino-americana na ocupação de cargos de alto escalão nas companhias. Dentre estas mulheres de destaque, citamos dois nomes: Daniela Raab, vice-presidente do banco suíço J.P. Morgan e Mariana Montavalão, vice-presidente assistente do Group Risk Control do Deutsche Bank.
De acordo com Mariana Montavalão, entrar no mundo das finanças é tentador para ambos os sexos, pois envolve poder, dinheiro e reconhecimento. No entanto, para as mulheres, entrar no “clube dos meninos” tem um valor extra. Ela optou por uma carreira com um ambiente dinâmico e excitante, onde há sempre desafios, oportunidades de aprendizado, espaço para a criatividade e chance de progredir rapidamente. A opinião desta brasileira é quase unanimidade entre as executivas: “desafio” é o que move a atuar em uma profissão ligada à economia.
Falamos várias vezes que o sexo feminino tem um grande valor agregado. Pouco a pouco, cada vez mais entidades internacionais têm se dado conta disso e constantemente oferecido novos (e bons) postos de trabalho para mulheres. Um estudo feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, afirma que gestoras podem melhorar os resultados das empresas, pois se fixam em detalhes, pensando e agindo de maneira diferente. Já o U.S. National Council for Research on Woman diz que o papel da mulher é crucial na luta contra informações contraditórias nas decisões sobre investimentos e dinamização dos processos de decisões.
Com a pretensão de atrair mais mulheres para seus cargos de alto escalão, grandes empresas adotaram novas iniciativas para recrutar, reter e promover um número cada vez maior de mulheres, disponibilizando também um horário mais flexível. Esta prática também se estende às escolar de MBA, que se esforçam ao máximo para atrair o público feminino.
Mesmo assim, a porcentagem de mulheres exercendo a presidência ou a gerência das cem maiores empresas da América Latina, continua sendo pequena. Na Argentina, Colômbia e México, elas representam 3%; no Equador e Peru 2% e no Brasil, apenas 1%.
Para as mulheres latino-americanas, fazer parte do primeiro escalão das empresas ainda é uma tarefa difícil, mas quando o alvo são vagas em grandes capitais financeiras, o desafio é dobrado. Raras são as ocasiões em que é possível obter contato com importantes empresas, pois sua formação não provém de faculdades reconhecidas internacionalmente. A saída passa a ser uma pós-graduação em escolas de negócios dos Estados Unidos e da Europa.
Mas, segundo as profissionais do mercado, esse cenário está mudando: empresas estrangeiras estão valorizando cada vez mais as mulheres latinas, por sua criatividade e capacidade de gerir crises, além de trabalhar com menos recursos. “Depois da recessão, as instituições se fixaram mais no custo, e os latino-americanos sabem melhor o que fazer com menos orçamento”, afirma Maritza Mrozinski, gerente de IT Project Portfolio Management Tools no banco Credit Suisse.
Ser mulher e latino-americana pode ser um obstáculo, mas não podemos deixar que isso se torne um fator desmotivador. Não é uma carreira fácil: é preciso trabalhar duro e demonstrar que você é capaz de superar expectativas. ”Com boas habilidades de comunicação e sabendo interagir com pessoas de diferentes culturas, é possível romper qualquer tipo de imparcialidade inconsciente das pessoas”, afirma Mariana.
Para ler mais sobre o assunto: Grandes gestoras em momento de crise e Sensibilidade feminina é um diferencial.
Fonte: Revista América Economia Brasil
Seria interessante uma pesquisa para saber o porque desse diferencial na percentagem de mulheres em cargos de lideranca de grandes companhias na America Latina em comparacao com os EUA, Europa, etc.
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