terça-feira, 21 de agosto de 2012

Eu, agente autônoma de investimentos

Há pouco mais de uma década, com raras exceções, a Bolsa de Valores era um assunto restrito ao ambiente masculino. Hoje, este cenário mudou consideravelmente. Você que acompanha nosso blog há algum tempo, já deve ter lido diversos posts em que falamos sobre sobre o crescente número de mulheres que investem na bolsa. O tema de hoje diz respeito ao universo das investidoras, mais especificamente sobre aquelas que decidem atuar profissionalmente no mercado financeiro.

Os chamados Agentes Autônomos de Investimentos (AAI) trabalham captando clientes para operação em corretoras de valores, com o objetivo de intermediar o investimento em ações. No Brasil, há mais de 10 mil agentes que possuem a certificação para exercer essa função e, conforme dados da CVM (Comissão de Valores Imobiliários), apenas 5% desse total são mulheres. O percentual, apesar de baixo, deve ser encarado de forma positiva, pois até bem pouco tempo sequer havia um número de significativo de mulheres nesse ramo. 

A simpatia e delicadeza feminina podem significar uma certa vantagem nesta profissão, pois, naturalmente, possuímos uma naturalidade maior no contato direto com os futuros clientes. Somos mais detalhistas, intuitivas e cuidadosas, por isso, conseguimos mais facilmente ter uma visão global e, simultaneamente, uma avaliação individual também.  

Para Ana Meireles, Agente Autônoma da Geral Investimentos, o segredo está na gentileza com que a mulher conduz o diálogo: "Para que o cliente se sinta à vontade, é fundamental tratá-lo com muita educação, cuidado e atenção. Afinal, ele deposita suas expectativas quando investe seu dinheiro conosco. As informações que transmitimos durante o contato, seja ele presencial, por telefone ou e-mail, são baseadas essencialmente nas recomendações que recebemos da equipe de analistas. No entanto, a maneira com que abordamos esse cliente faz toda diferença, pois é a oportunidade que temos de construir o vínculo que o torna leal à corretora. É gratificante quando ele reconhece a qualidade do atendimento que estamos lhe dando e a relação de reciprocidade que criamos".
        
Essa facilidade de criar um vínculo mais próximo e sincero com o público, traz outra vantagem às mulheres: a confiança. Considerando que trata-se de uma área extremamente sensível, pois lida com o investimento alheio, é fundamental que o cliente confie em quem está lhe assessorando. Uma instituição financeira que não se preocupe em passar uma imagem de credibilidade e transparência, dificilmente terá sucesso nesse mercado por muito tempo.

Cursando o quarto semestre no curso de Administração de Empresas, Bibiana Vieira, estagiária no setor de Relacionamento com Clientes da Geral Investimentos, acredita no potencial da mulher neste mercado predominantemente masculino: "Não viemos para disputar espaço com os homens, mas sim para conquistar os clientes com nossas qualidades profissionais. Claro que ainda existe uma certa resistência, mas basta uma conversa para que o cliente quebre os velhos tabus e encare, com naturalidade, o fato de ser assessorado por uma mulher. Essa área vem me atraindo muitos nos últimos meses, quando passei a acompanhar diariamente a relação cliente-assessor. Venho estudando para, futuramente, me tornar mais uma agente autônoma a encarar o mercado financeiro".

E você, tem interesse nesta carreira? Para se tornar uma agente autônoma de investimentos você precisa ter o Ensino Médio completo e ser aprovada na prova de certificação da ANCORD, além, é claro, de muita energia e disposição. 





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