terça-feira, 17 de maio de 2011

Inflação e desaceleração são as palavras da moda na economia

  A inflação segue como o principal problema de curto prazo a ser resolvido tanto na economia brasileira quanto em âmbito mundial. Além disso, destaque para os números de atividade e de emprego que sinalizam ritmo menor de crescimento da economia doméstica. No que tange à economia mundial, observou-se que os números a respeito dos Estados Unidos (EUA) e da Europa estão com um viés mais negativo. Isso porque alguns dados de atividade, de emprego e de confiança vieram abaixo do esperado nas últimas semanas. Ademais, a inflação no mundo continua pressionada, o que dificulta, sobretudo, a recuperação dos países desenvolvidos. Além dos consumidores despenderem mais recursos para comprar alimentos e combustível, as taxas de desempregos estão bastante elevadas se comparadas ao nível que vigorava até 2008, especialmente nos Estados Unidos.

  Os índices de preços no Brasil desaceleraram, mas mostram que a inflação persiste acima do centro da meta (4,5%) desejado pelo Banco Central e próximo do teto (6,5%). O IPCA-15 acumulado em 12 meses está em 6,4% e o IGP-M registrou 10,6% em abril/11 na mesma base de comparação (ver gráfico 1 abaixo).

Fonte: IPEADATA
Elaboração: Geral Investimentos

  Nesse contexto, de inflação elevada, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros para 12% a.a. no último dia 20 de abril, sem viés, por cinco votos a favor da decisão vencedora (aumento de 0,25 p.p.) e dois votos por uma elevação maior (alta de 0,50 p.p.). Na ata, a autoridade monetária deixou o caminho aberto para novas elevações da taxa Selic mencionando que seus membros entendem “de forma unânime que, diante das incertezas quanto ao grau de persistência das pressões inflacionárias recentes, e da complexidade que envolve hoje o ambiente internacional, o ajuste total da taxa básica de juros deve ser, a partir desta reunião, suficientemente prolongado”.

  Além disso, o comitê coloca que a demanda continua robusta, mas que as medidas fiscais, macroprudencias (aumento do compulsório) e convencionais (elevação dos juros) já implementadas terão efeito importante nos próximos meses para trazer a inflação de volta à meta em 2012. Esse último fato é que gerou muitas críticas do mercado em relação à política monetária implementada pela nova gestão do presidente do BC, Alexandre Tombini. Algo que só foi amenizado com a comunicação da última da ata, sobretudo, com a colocação de que o ajuste total da Selic será suficiente-- prolongado.

  Em resumo, dado que o BC deve continuar elevando a Selic e a incerteza tem elevado a aversão ao risco, é importante o investidor buscar proteção para a sua carteira de investimentos nesse quadro. Uma boa forma de se proteger nesse período de turbulência é aplicar em ações que sejam boas pagadoras de dividendos e/ou em títulos públicos ou privados que sejam indexados a taxa de juros e a inflação.

Por Denilson Alencastro, Economista-Chefe da Geral Investimentos

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