terça-feira, 10 de maio de 2011

A Classe Média em Ação

 
  A idéia que a Bolsa é um clube fechado, formado por homens sisudos, é cada vez mais ultrapassada e está com seus dias contados. Suas portas vêm se abrindo para jovens, mulheres e pessoas de classe média, tipicamente assalariadas, que tratam ações como um investimento de longo prazo, capaz de lhes propiciar maior rentabilidade. É o que revela – sistematizando o que os olhos dos observadores já detectavam – a “Pesquisa do Perfil do Investidor em Ações”, realizada pela consultoria Plano CDE para a BM&FBOVESPA. Seus resultados podem ser um sinal, ainda que indireto, das mudanças que acontecem na sociedade brasileira, mas indicam, diretamente, que “o projeto de popularização parece ter decolado”, como diz Haroldo Torres, o coordenador do trabalho.

  A Bolsa não só vem mantendo sua clientela tradicional como avança pelos demais segmentos sociais, incluindo “os mais ousados da classe C”. E vê que a grande maioria dos entrevistados (86%) concorda com a afirmação de que “pessoas de classe média tem condições de comprar ações”.

  Na classe A, o investidor é profissional liberal, sócio de empresas, aposentado ou pensionista (58% dos casos). Na classe B – esse é o novo investidor – tipicamente um profissional com carteira assinada (60%).

  Refletindo o “primeiro movimento de popularização do mercado, é possível que esse perfil também possa vir a demandar produtos e serviços diferenciados nos próximos anos”, de acordo com os responsáveis pela pesquisa. “Trata-se de um novo cliente a ser cultivado e valorizado, como um multiplicador da mensagem de que as ações podem ser produtos acessíveis para a classe media brasileira”.

  A maioria, portanto – vale enfatizar, como destaca Haroldo Torres - , não domina os mecanismos do  investimento em ações. Mesmo quem afirma conhecê-los tem apenas uma noção ligeira disso: 15% deles acham que o investimento é feito pessoalmente na Bolsa. E muitos desses não investidores pouco sabem do papel das corretoras de valores: quando pretendem tratar de aplicações, falam com o gerente de seu banco.

  Dadas as mudanças que acontecem na sociedade brasileira, com o surgimento de uma nova classe média, é imenso o espaço a ocupar por iniciativas de massificação que pretendem transformar desejo (de investir) em realidade. O principal esforço a se feito neste momento parece ser o  de aumentar o entendimento especifico do público-alvo em relação ao produto.

Fonte: Revista da Nova Bolsa (Nº9/2011)

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