Na hora de investir, o ser humano, em geral, age de acordo com seus princípios mais racionais possíveis: estuda variáveis, faz projeções, consulta amigos e a opinião do gerente para tomar uma decisão. Nada mais lógico do que seguir esta ordem, porém, falta um pequeno detalhe: somos suscetíveis à emoção.
A Psicanalista e Psicóloga Econômica, Vera Rita de Mello Ferreira, autora do livro A Cabeça do Investidor, vem estudando há 17 anos, de que forma a mente humana interfere nas atitudes quando o assunto é dinheiro. Ela salienta que a emoção e a razão andam sempre juntas, mas não necessariamente em equilíbrio.
As emoções sempre afetam todas as decisões, sobre qualquer assunto. É um sistema primitivo de avaliação de dados, usado para resolver questões em curto prazo. Justamente neste ponto é que começa o problema com o mercado financeiro. Para investir, você deve pensar no longo prazo, o que é difícil de colocar em prática com base nas emoções. Alguns investidores chegam até a desenvolver uma relação emocional com suas ações, amando ou odiando determinado papel.
Em virtude desta emoção, é comum acontecerem certos tombos. Levadas por impulsos, as pessoas tendem a "vender em baixa", dizer que "nunca mais irão aplicar seu dinheiro desta forma". Ai então, o papel voltar a subir, e a euforia e a “paixão” os levam a comprar as mesmas ações, agora em alta. Uma atitude completamente irracional e recheada de sentimentos e impulsos.
Para evitar que as emoções não atrapalhem na hora de investir, a especialista destaca a contratação de um gestor, que sempre irá colocar um anteparo e fazer um contraponto, sobre determinada atitude do seu cliente. Outra dica dada por Vera, é separar um pequeno montante, que não faça falta em caso de perda, e investir o valor da maneira que a cabeça (e também o “coração”) mandar. Vale também conversar com pessoas experientes e de confiança - pelo fato do dinheiro não lhes pertencer, há um maior distanciamento, tornando o conselho ainda mais útil. O difícil é segurar o impulso nas horas tensas, quando os papéis estão caindo ou subindo muito, ou mesmo após qualquer desentendimento pessoal.
O livro ainda aponta os principais erros cometidos pelos investidores: não identificar os erros cometidos anteriormente, dificuldade em saber dosar as noticias que servirão de base para tomada de decisões, e acreditar em propostas ilusórias, que prometem dinheiro rápido e fácil.
A autora ainda sinaliza a diferença entre homens e mulheres na hora de investir. Nós mulheres, entramos no universo financeiro recentemente e, por este motivo, ainda temos mais inseguranças e dúvidas do que o sexo oposto. Consequentemente, agimos com mais cautela e buscamos uma variedade de informações. Como já dissemos aqui no blog, vários estudos já demonstraram que, no longo prazo, as mulheres têm retorno maior em seus investimentos do que os homens.
Fonte: Época Negócios
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