sexta-feira, 9 de março de 2012

Desmistificando sua vida financeira

Sabemos que mulheres e homens lidam com suas finanças de maneiras distintas. Inclusive há diversos estudos que justificam esta diferença como um fator biológico. No entanto, existem outros fatores que afetam a forma com a qual tomamos nossas decisões. A boa notícia em relação a isso, é que estas diferenças podem ser conscientemente mudadas.

No livro “Valor Feminino”, a psicóloga Andréa Villas Boas destaca a diferença entre os gêneros, porém desmistifica “idéias prontas”, que achamos “naturais”, enquanto na verdade, não são. Para a autora, são justamente estas características que influenciam os diferentes hábitos de consumo entre homens e mulheres. Comentamos abaixo, alguns destes mitos citados no livro
da psicóloga.

#1 De berço

Especialistas e pesquisas afirmam que mulheres são mais cautelosas na hora de investir. Às vezes, tamanho cuidado pode ser ruim, evitando que o sexo feminino estude e saiba mais sobre outras opções de investimentos, como a renda variável. Nós mulheres representamos apenas 25% dos investidores em renda variável diariamente. 

Em suas entrevistas, Andréa constatou que: 62,1% mulheres colocam seu dinheiro na caderneta de poupança, 28,8% investem em ações diretamente e 22,4% em fundos de ações, contra 43,8%, 45% e 35% dos homens, respectivamente. 

Em geral, todos os brasileiros possuem um perfil mais conservador, que se confirma graças à falta de informação. Outra questão cultural explica a diferença entre os gêneros na hora de investir: mulheres são criadas ouvindo elogios como “prudente” e “cautelosa”, já os homens, são mais incentivados a correrem atrás do que querem desde crianças. “Com anos de experiência em arriscar, ganhar e perder, homens investem com mais ousadia. O ímpeto masculino, desde sempre alimentado, não se sacia pela mera manutenção do patrimônio – eles põem o arrojo a serviço da multiplicação de sua riqueza”, diz a autora no livro. 

Porém, vale destacar que hoje, tendo cada vez mais destaque e espaço no mercado, o número de mulheres na Bolsa aumentou. Desde 2002, elevamos em 800% nossa participação nos pregões. 

#2 Mulheres se mantêm, homens provêm

Os homens dizem: “se as mulheres ficarem em casa, dependentes, ficarão presas à relação”. Já as mulheres afirmam: “se formos muito independentes, ficaremos solteironas, melhor ficar em casa e ter uma família.” Ao menos era assim que se pensava. Um erro partilhado!

Esse tipo de pensamento é prejudicial a todos: homens sentem-se pressionados e mulheres, frustradas. Mas ainda bem que os tempos mudaram (e continuam mudando), não é mesmo? Hoje em dia, está cada vez menor os casos de mulheres que dependem dos maridos.

Apesar de ainda nos depararmos com frases do tipo “mulheres devem arranjar
um marido rico”, ou “um bom homem deve ser capaz de sustentar toda a família”, 65% das mulheres participam do orçamento doméstico e 50% dos homens também se dedicam aos afazeres da casa e cuidam da família.

#3 Dinheiro é sujo

Historicamente, as mulheres eram preparadas para cuidar da família, administrar a casa e, no máximo, seguir uma carreira tipicamente feminina. É fato que essa mentalidade foi mudando com o tempo, mas ainda esbarramos em fatos que confirmam que esse pensamento ainda existe.

Mesmo trabalhando fora em tempo integral, ocupando cargos tipicamente masculinos e chegando até por vezes, a ser a provedora da casa, as mulheres ainda se sentem culpadas por deixar o filho na creche ou na escola o dia inteiro. “A culpa é vista, nas pequenas atitudes, como a mãe que sempre compra presentinhos para os filhos como forma de compensar sua ausência. Mas isso é mais uma tabu para a mãe do que para a criança”, diz Andréa.

Quando questionados sobre o que deveriam ter feito (ou deixado de fazer) no passado para serem ricos, os homens simplesmente responderam no ato. Ao passo que muitas mulheres, titubearam e responderam que, para isso, deveriam ter se corrompido ou se afastado da família. Já os homens, em nenhum momento, vincularam ter dinheiro a ter menos valores ou deixar de fazer o que lhes dá prazer. O que acontece atualmente, é que as mulheres estão conseguindo, até mesmo com o apoio de seus maridos, o equilíbrio necessário para serem bem
sucedidas. 

 #4 Subjetividade x Objetividade

A maioria das mulheres tendem a agir com mais afeto e menos objetividade, por medo de parecerem duronas demais. Diferentemente dos homens - que tentam unir as duas características, privilegiando a objetividade -, as mulheres enxergam essas duas atitudes como opostas: ou se é objetiva, ou você se importa com as pessoas. 

No ambiente profissional, nota-se que as mulheres, inclusive, abrem mão de promoções em prol de uma colega que necessite mais. Outro fato intrigante é que as mulheres tem receio de pedir aumentos e ir direto ao ponto, optando, inconscientemente, por reclamar pelos cantos. “A mulher valoriza mais o sucesso do que o salário” diz, Andrea. 

Não há uma maneira certaou errada de lidar com isso, mas o ideal, como em tudo na vida, é alcançarmos o equilíbrio, dosando corretamente objetividade e subjetividade.

Fonte: Exame

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